Afinal, o que é o Lúpus Eritematoso Sistêmico?
O Lúpus Eritematoso Sistêmico, também conhecido como Lúpus, é uma doença autoimune que pode afetar vários órgãos do corpo humano. Uma doença autoimune é uma doença provocada quando o sistema de defesa (sistema imune) passa a atacar o próprio corpo do paciente. A pele e as juntas são os órgãos mais frequentemente afetados, mas a doença tem uma apresentação bem diversificada entre os pacientes.
Qual médico que cuida do Lúpus Eritematoso Sistêmico?
O Lúpus é uma doença diagnosticada e tratada pelo médico reumatologista, que é o especialista com melhor formação para realizar o acompanhamento dos pacientes que têm essa doença.
Dr. Maxwell Pessoa é médico reumatologista e realiza atendimentos em Curitiba/PR. Possui experiência como médico há mais de 14 anos. Atua também como médico reumatologista no Hospital de Clínicas da UFPR, onde também é preceptor da residência médica em Reumatologia.
Qual a causa do Lúpus Eritematoso Sistêmico?
A causa exata do Lúpus ainda não seja conhecida, acredita-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais possam desempenhar um papel importante no desenvolvimento da doença.
Sendo assim, uma pessoa com predisposição genética para desenvolver o Lúpus, em algum momento, após contato com fatores ambientais (como irradiação solar, infecções por vírus, etc.) passa a apresentar alteração no sistema de defesa do corpo (sistema imune) e a doença se manifestar.
A origem do nome da doença vem do Latim lupus (lobo), pois quando foi descrita, alguns médicos acharam que as manchas na face eram semelhantes às que surgem na face de algumas espécies de lobo.
Embora o Lúpus possa afetar qualquer pessoa, independentemente do sexo, a doença é mais comum em mulheres do que em homens.
Acredita-se que isso se deva em parte a diferenças hormonais entre homens e mulheres. Além disso, acredita-se que fatores genéticos possam desempenhar um papel importante na suscetibilidade das mulheres ao Lúpus.
Durante o desenvolvimento da doença, o desequilíbrio do sistema imune gera a produção de anticorpos contra o próprio corpo, os chamados autoanticorpos e estes passam a agredir os órgãos do paciente.
São vários tipos autoanticorpos que podem ser gerados e esses diferentes tipos podem gerar diferentes manifestações da doença.
Quais são os sintomas do Lúpus Eritematoso Sistêmico?
Os sintomas do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) podem variar amplamente de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem fadiga, febre, dor nas juntas e lesões de pele. Além desses sintomas, o Lúpus pode afetar outros órgãos, como rins, coração, pulmões e sistema nervoso central.
Aqui está uma lista mais detalhada dos sintomas do LES:
- Fadiga: é um dos sintomas mais comuns do Lúpus e pode ser debilitante. É percebida pelo paciente com um cansaço desproporcional às atividades realizadas.
- Febre: a febre baixa é comum em pessoas com Lúpus e pode ser um sinal de inflamação.
- Dor nas juntas: a dor nas articulações é um sintoma comum do Lúpus e pode afetar várias articulações do corpo.
- Manchas na pele: as lesões na pele são comuns em pessoas com Lúpus e podem aparecer em várias partes do corpo, incluindo o rosto, pescoço, braços e pernas. São mais frequentes nas áreas que recebem exposição à luz solar.
- Queda de cabelo: a queda de cabelo é comum em pessoas com Lúpus, podendo significar atividade da doença, mas também pode ser um efeito colateral dos medicamentos usados para tratar a doença.
- Úlceras na boca: as úlceras na boca são comuns em pessoas com Lúpus e podem ser dolorosas.
- Sensibilidade à luz solar: a sensibilidade à luz solar é comum em pessoas com Lúpus e pode desencadear surtos da doença.
- Problemas renais: podem levar a perda de proteína na urina, que é vista pelo paciente com urina espumosa e isso pode levar à disfunção dos rins.
- Problemas cardíacos: podem incluir inflamação do músculo cardíaco, vasos sanguíneos e membrana que envolve o coração.
- Problemas pulmonares: podem incluir inflamação dos pulmões e vasos sanguíneos nos pulmões.
- Problemas neurológicos: podem incluir dor de cabeça, convulsões e problemas de memória.
Como são manchas na pele do Lúpus Eritematoso Sistêmico?
As manchas na pele decorrentes do Lúpus ocorrem em até 80% dos pacientes em algum momento durante o curso da doença.
Uma lesão típica do Lúpus é a lesão em asa de borboleta, que é uma mancha avermelhada nas maçãs do rosto e nariz, que não costuma deixar cicatriz. Outra forma de Lúpus na pele é a lesão chamada Lúpus Discoide, que é são manchas com limites bem demarcados e que deixam cicatrizes.
A fotossensibilidade também é uma característica do Lúpus e é definida como uma reação de sensibilidade desproporcional da pele após exposição à luz sol ou à claridade.
A fotossensibilidade pode se apresentar como surgimento de novas lesões, mas também com outros sintomas como cansaço e febre.
Como são dores nas juntas no Lúpus Eritematoso Sistêmico?
Elas ocorrem em quase 90% dos pacientes com Lúpus em algum momento da doença e afeta principalmente as mãos, punhos, joelhos e pés. Os pacientes apresentam dor com ou sem inchaço nas juntas, com comportamento flutuante, ou seja com períodos de melhora e períodos de piora.
O que é a Nefrite Lúpica?
A Nefrite Lúpica é uma complicação comum do Lúpus que afeta os rins. Os sintomas da Nefrite Lúpica podem incluir sangue na urina, inchaço nas pernas e tornozelos, aumento da pressão arterial e perda de proteína na urina. Se não for tratada, a nefrite lúpica pode levar à insuficiência renal.
Felizmente essa manifestação tem tratamento e quanto mais rápido o diagnóstico e tratamento, melhores são os resultados.
Como é feito o diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico?
O diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico deve ser feito com bastante critério por um médico reumatologista, que avalia todos os sintomas citados anteriormente neste artigo. Além de avaliar os sintomas, é necessário examinar o paciente em busca de mais informações objetivas que ajudem a esclarecer o diagnóstico.
Não existe um exame que isoladamente dê o diagnóstico de Lúpus, portanto o médico reumatologista junta as informações clínicas (sintomas e exame do paciente) com os exames laboratoriais para esclarecer é Lúpus ou não.
Dentre os exames laboratoriais, o FAN (Fator Anti-Nuclear) é um dos exames mais importantes, mas sempre esclareço ao paciente que é um exame que deve ser interpretado com cuidado.
Na avaliação deste exame, o médico reumatologista precisa avaliar a titulação e também o padrão, além é claro, de interpretar o exame com os dados de cada paciente. O exame sozinho não fecha o diagnóstico.
Tem pessoas que não tem doença nenhuma e podem ter o exame do FAN positivo, por isso, se você tiver um resultado positivo não precisa se desesperar, é importante consultar um reumatologista para fazer uma avaliação completa e definir se tem ou não Lúpus.
Como é o comportamento do Lúpus ao longo do tempo?
A comportamento ou evolução do Lúpus varia de pessoa para pessoa, mas muitas pessoas com a doença conseguem levar uma vida normal com o tratamento adequado.
Como a doença é crônica e tem manifestações flutuantes, ou seja, que aparecem e desaparecem ao longo do tempo, é muito importante o acompanhamento regular com um médico reumatologista.
O seguimento regular visa ajustar o tratamento da doença quando necessário, dependendo da apresentação do Lúpus e serve para identificar novas atividades (inflamações) da doença.
O acompanhamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico com um médico reumatologista serve ainda para identificar possíveis efeitos colaterais dos remédios usados pelo paciente e assim corrigir dose ou até mesmo realizando a troca dos remédios.
Como é o tratamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico?
O tratamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico geralmente envolve medicamentos como corticoides e imunossupressores, que ajudam a controlar a inflamação e a suprimir o sistema imunológico.
Além disso, é importante que as pessoas com Lúpus evitem a exposição ao sol, pois a luz solar pode desencadear surtos da doença. É importante frisar que a luz solar pode ativar o Lúpus não apenas na pele, mas também em órgãos internos.
Sendo assim o uso do protetor solar é fundamental, sendo recomendado um filtro solar de amplo espectro, com FPS de pelo menos 30 e o mesmo deve ser reaplicado a cada 3 horas ou, em casos de transpiração excessiva, reaplicar a cada 2 horas.
A atividade física regular e uma dieta saudável também podem ajudar a controlar os sintomas do Lúpus.
Mulheres com Lúpus Eritematoso Sistêmico podem engravidar?
As mulheres com Lúpus Eritematoso Sistêmico que desejam engravidar devem conversar com um médico reumatologista antes de tentar engravidar. Embora a gravidez possa ser segura para muitas mulheres com Lúpus, a doença pode aumentar o risco de complicações durante a gravidez, como parto prematuro e pré-eclâmpsia. As mulheres com Lúpus também podem precisar ajustar seus medicamentos durante a gravidez para garantir que eles sejam seguros para o bebê.